sábado, 2 de julho de 2011

NA PONTA DA PENA DO CARCARÁ

SAUDADE ... SAUDADE
Marcos Jardim
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A saudade é dor rasante
Ave astuta e matadeira
Que rasga o peito da gente
Qual bala de atiradeira.
É dona e mãe das venturas
Tem o encanto da serpente
E as garras das amarguras.

A saudade é dor rasante
Ave prima e derradeira
Tristeza do retirante
Arpão, flecha traiçoeira.
É o viés do pecado
Mapa incerto do errante
Xodó do apaixonado.

Eu comparo seu reinado
À ilusão de quem ama:
Desejo, fogo infundado
Fagulhas de acessa chama
Covarde que planta a dor
No terreno bem cuidado
Do roçado do amor.